sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

A nossa confiança está em Deus, é Ele quem nos ensina a verdade

Eis o que diz o Senhor, teu Redentor, o Santo de Israel: "eu sou o Senhor teu Deus, que te dá lições salutares, que te conduz pelo caminho que deves seguir. (Isaías 48, 17)

Se dependermos de nossas próprias forças ou acharmos que temos capacidade para nos corrigir sem o auxílio de Deus, corremos sério risco de vivermos um ciclo vicioso de altos e baixos em relação a um mesmo tema, sem verdadeiro progresso.

Já chegou um tempo em minha vida que fiz tantas promessas, tantos propósitos e planos que não consegui cumprir, que passei a desconfiar de mim mesmo, e isso é horrível.

Pior do que isso é tentar justificar ou minimizar um problema para justamente permanecer na mesma situação. Isso é pior ainda pois, além de tirar nossa própria credibilidade, abala também a nossa fé, nos afastando de Deus.

Um exemplo claro disso poderia ser a leitura deste trecho do Evangelho de hoje:

O Filho do Homem vem, come e bebe, e dizem: 'É um comilão e beberrão, amigo dos publicanos e dos devassos'. Mas a sabedoria foi justificada por seus filhos. (São Mateus 11, 19).

Se eu estiver no vício da bebida e da gula, e ainda não tiver forças para admitir isto e querer mudar, é fácil usar desta palavra para me afundar ainda mais no erro. Só que não é de comida nem de bebida que está palavra trata diretamente, mas sim da hipocrisia daqueles que falam dos outros, criticando por interesses próprios, sem nenhuma intenção de ajudar ou compreender o que se passa e conhecer a verdade.

Qualquer vício é muito complicado e difícil demais de largar (muitas vezes é difícil até mesmo sabermos que temos certos vícios). Para quem padece de algum vício (incluindo aqui a hipocrisia, a inveja, o egoísmo, a zombaria, a maledicência, a soberba...) , é difícil aceitar que outra pessoa se libertou e se alegrar com isso, e muitas vezes há o afastamento e a depreciação do irmão sem razão.

Só clamando pelo auxílio do Senhor e confiando em seus ensinamentos é que podemos ver progresso no caminho, e cada passo que damos adiante, ao invés de sentir cansaço, nos animamos mais em continuar a caminhada. E o Senhor se alegra quando esse caminhar é na companhia de irmãos.

Feliz é todo aquele que não anda
conforme os conselhos dos perversos;
que não entra no caminho dos malvados, nem junto aos zombadores vai sentar-se; mas encontra seu prazer na lei de Deus e a medita, dia e noite, sem cessar. (Salmo 1, 1-2)

Este trecho do salmo não significa ficar só. É no convívio com todos os irmãos, principalmente com aqueles que se abrem à verdade, procuram fazer a vontade de Deus e praticam o encontro e comunhão com Cristo, que temos mais força, pois encontramos o grande recurso da ajuda mútua, onde Deus fala diretamente conosco através dos outros.

Fazer parte da nossa Igreja Católica (ser Igreja) é maravilhoso. E quando encontramos um serviço ou movimento onde podemos nos dedicar verdadeiramente como as pastorais,  as Equipes de Nossa Senhora, o Cursilho de Cristandade, o Acampamento, o ECC, etc; devemos nos alegrar muito, pois estamos no caminho certo.

Mas há também um alerta a ser feito: não podemos ser incoerentes e ficarmos com um pé em cada caminho (pecado x santidade); devemos enfraquecer um para que se apague e firmarmos os pés no outro. Ou ainda, não podemos viver a caminhada sem fé, ânimo, perseverança, caridade e amor; sob o risco de não darmos um passo a frente.

O esforço contínuo é para aumentar cada vez mais a fé que é motriz para renunciarmos diversas coisas que, apesar de poder dar prazer momentâneo, nos afastam de Deus e nos levam à perdição. Neste ponto, também, o olhar para o outro é para que possamos estender nossas mãos e nos fazermos mais fortes na caminhada (não devemos nos escandalizar ou desanimar com algo de errado que vemos no irmão).

A nossa confiança está em Deus, e os Seus ensinamentos são sinais de amor de Pai que zela por seus filhos. Alegremo-nos no Senhor!

Nossa Senhora da Luz, rogai por nós!

André da Mônica
Equipe 7 - NS da Luz
Setor Piabetá - Região Rio II
Província Leste - Super Região Brasil

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

De qual violência precisamos falar antes de tudo?


Naquele tempo, disse Jesus à multidão: 11. "Em verdade vos digo: entre os filhos das mulheres, não surgiu outro maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos céus é maior do que ele.
12. Desde a época de João Batista até o presente, o Reino dos céus é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam. (Mateus 11, 11-12)

Talvez nem lendo a Bíblia inteira possamos entender na totalidade este trecho da palavra, que pode ser interpretado de diversas formas (dependendo das traduções e religião), se não buscarmos humildemente a graça de Deus para nos revelar.

Aqui, não quero dizer que já entendi completamente, mas sim o que compreendo sobre a austeridade de João Batista, e como esta Palavra me remete ao esforço e decisão em conhecer a verdade e buscar a vontade de Deus, no encontro e comunhão com os irmãos; e como isso tudo tem sido essencial para que eu possa viver melhor a fé e a esperança de amar mais e mais.

Para se ter uma clara noção do que a Bíblia nos diz sobre violência e mansidão, me ajuda bastante ter em mente as bem aventuranças (São Mateus 5), onde destaco...

5. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra!
9. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!

E também todo o capítulo de São Mateus 18, onde destaco...

1. Neste momento os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-lhe: Quem é o maior no Reino dos céus?

2. Jesus chamou uma criancinha, colocou-a no meio deles e disse:
3. Em verdade vos declaro: se não vos transformardes e vos tornardes como criancinhas, não entrareis no Reino dos céus.
6. Mas, se alguém fizer cair em pecado um destes pequenos que crêem em mim, melhor fora que lhe atassem ao pescoço a mó de um moinho e o lançassem no fundo do mar.
7. Ai do mundo por causa dos escândalos! Eles são inevitáveis, mas ai do homem que os causa!
8. Por isso, se tua mão ou teu pé te fazem cair em pecado, corta-os e lança-os longe de ti: é melhor para ti entrares na vida coxo ou manco que, tendo dois pés e duas mãos, seres lançado no fogo eterno.
9. Se teu olho te leva ao pecado, arranca-o e lança-o longe de ti: é melhor para ti entrares na vida cego de um olho que seres jogado com teus dois olhos no fogo da geena.

A violência da qual é preciso falar em primeiro lugar, está no plano espiritual, que reflete no plano físico; e não se trata de fato de uma violência que devemos cometer, mas sim de atitudes (rígidas) de vida que nos afastem do pecado.

Sei que a graça vem de Deus, mas como Jesus nos alerta, se não nos abrirmos a esta graça, em um esforço constante de conversão por esta mesma graça, estamos perigosamente expostos e frágeis diante das tentações que nos cercam.

Por isso é fundamental termos diariamente momentos especiais de oração, de escuta da palavra de Deus e meditação profunda sobre o que Ele nos diz; e transformarmos radicalmente (arranca-o) atitudes de pecado em atitudes de benção para nossas vidas e das pessoas à nossa volta.

João Batista profetizava e denunciava, mas tinha autoridade para isso. Diferentemente de toda a hipocrisia que Jesus também denunciava, João Batista vivia conforme pregava, era resoluto e firme e não se deixou abalar nem mesmo na prisão e na hora de sua morte violenta. Certamente cortaram-lhe a cabeça, mas não foram capazes de lhe tirar o Reino de Deus.

Jesus nos chama a nos transformarmos e a nos tornarmos como criancinhas, ou seja, abrirmos o coração constantemente a aprendermos, sermos corrigidos e nos formarmos conforme a vontade do Pai, e também a fazer tudo isso por nossos irmãos.

Ainda em São Mateus 18, destaco...

14. Assim é a vontade de vosso Pai celeste, que não se perca um só destes pequeninos.
15. Se teu irmão tiver pecado contra ti, vai e repreende-o entre ti e ele somente; se te ouvir, terás ganho teu irmão.
16. Se não te escutar, toma contigo uma ou duas pessoas, a fim de que toda a questão se resolva pela decisão de duas ou três testemunhas.
17. Se recusa ouvi-los, dize-o à Igreja. E se recusar ouvir também a Igreja, seja ele para ti como um pagão e um publicano.
18. Em verdade vos digo: tudo o que ligardes sobre a terra será ligado no céu, e tudo o que desligardes sobre a terra será também desligado no céu.

Viver esta busca que falei mais acima significa um olhar bem atento primeiramente para nós mesmos, em todas as situações, em vigilância constante. Aqui a austeridade de João Batista é de grande valia para que possamos ter forças de cortar, arrancar e jogar fora todas as atitudes ruins que temos e que nos fazem tropeçar e cair em pecado. Isto, para mim, não é um ato pacífico. Sempre tive que lutar muito para me corrigir em várias coisas, e em muitas das vezes fazer um esforço tremendo para enxergar que o erro está em mim, e não nos outros (e como ainda tenho que mudar e melhorar...). E todas as vezes que baixei a guarda, me vi como que facilmente derrotado.

Mas esta luta também deve ser vivida com muita caridade, principalmente quando é para ajudar alguém, como nos ensina Jesus neste último destaque. Felizmente, não fomos criados para vivermos sós, muito menos para ficarmos pacificamente assistindo a um irmão que se perde sem que também lutemos para ajudá-lo. A ajuda mútua é fundamental. Por isso este olhar primeiramente para nosso interior é importante, pois nos dá força e respaldo para termos também um pouco desta autoridade de irmão para uma correção fraterna, com caridade e amor.

Nisso tudo, uma luta diária e desafiadora é travada principalmente contra o egoísmo. A humildade deve ser plenamente exercitada para nos fazermos pequeninos como crianças, porém sem perdermos a capacidade de vivermos o bom combate, vestidos com a armadura de Deus.

Mas neste ponto está a diferença que Jesus aponta como um grande marco desde a época de João Batista até chegarmos aos Seus ensinamentos. Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida. Jesus é aquele que renova de forma perfeita o que Moisés fez em favor do povo que lutava. Enquanto este permanecia com os braços erguidos o povo vencia a batalha (Êxodo 17, 9-13); enquanto Jesus Cristo é para nós salvação na Cruz, também nós venceremos está guerra pois a nossa armadura é o amor de um Pai que cuida de nós o tempo todo.

André da Mônica
Equipe 7 - NS da Luz
Setor Piabetá - Região Rio II
Província Leste - Super Região Brasil