No Corpo de Cristo que é a Igreja realiza-se uma comunhão inteiramente nova. Nova porque resultante da iniciativa amorosa de Deus. Aos homens, suas criaturas, que aspiram e se esforçam por conseguir uma solidariedade cada vez maior, Ele propõe e enseja uma relação inteiramente nova: uma comunhão.
Esta comunhão, é Cristo que a estabelece. Ele veio "reconciliar todas as coisas, pacificando, pelo sangue da sua Cruz, tanto os seres da terra como os dos céus" (Col. 1, 20). A Eucaristia
é o cume: "Ao participar realmente do Corpo do Senhor, na fração do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com Ele e entre nós" (Lumen Gentium n.0 7). A Igreja é o instrumento e o sinal: este povo messiânico "estabelecido por Cristo como comunhão de vida, de caridade e de verdade, é também por Ele assumido como instrumento de Redenção universal" (L.G. n.0 9) .
Este dom que nos é dado, de podermos ter acesso a uma comunhão inteiramente nova com o Senhor e entre nós, nós queremos recebê-lo e pô-lo em prática. Queremos ser, com todas as nossas forças, os artífices desta comunhão fraterna de que a Igreja deve dar testemunho "para que o mundo acredite".
A equipe pode e deve ser um instrumento privilegiado: a equipe é por excelência um lugar de acolhimento e de aprendizagem da comunhão fraterna. Por um lado, porque ela procura "realizar" plenamente a caridade. Por outro, porque é fundada sobre o conceito de auxílio mútuo sem quaisquer barreiras.
Não há auxílio mútuo possível se a caridade não existir previamente. É antes de tudo o coração que se deve tornar fraterno, e esta caridade alimenta-se na oração e na escuta do Senhor. A caridade verdadeira procura, em primeiro lugar, o bem do outro, por pouco "amável" que ele seja: o coração que ama sabe ultrapassar as aparências, os desprezos, as ingratidões. E vai até o perdão. . . Setenta vezes sete vezes! Que a equipe nos ajude a formar este coração que ama, ultrapassando todas as pequenas suscetibilidades que ameaçam o espírito fraterno!
Não existe caridade sem verdadeira manifestação concreta. O gesto deve seguir o coração e mostrar-se fraterno. Há que ler e reler a 1° epístola de S. João! A equipe nos ensina a dar e a receber, contribuindo para desmantelar os nossos falsos pudores, o nosso egoísmo, a nossa indiferença. Oxalá esta arte, adquirida e praticada na equipe, não fique confinada dentro de seus
limites!
"Todos, membros uns dos outros, devem entreajudar-se mutuamente, segundo a diversidade dos dons recebidos" diz a Lumen Gentium. Desde que se esforcem para que esta nova comunhão fraterna seja cada vez melhor vivida, colherão os frutos desse Espírito que assegura a unidade - e a alegria - na comunhão
e no serviço.
Roger Tandonnet, s.j .
(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1985-5)
ENS Piabetá - Vivência diária dos Pontos Concretos de Esforço - PCE 03/05/2017
Uma das demonstrações mais fortes de ajuda mútua e comunhão fraterna, dentro das Equipes de Nossa Senhora, é a partilha dos Pontos Concretos de Esforço na reunião mensal.
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