sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Vivência diária dos Pontos Concretos de Esforço - 27/01/2017

Casal orando junto


"Estamos casados há um ano, e rezar juntos tornou-se para nós uma necessidade. Quando adormecemos sem fazê-lo, parece-nos que falta uma pedra no edifício do nosso dia.

Quando éramos noivos, já rezávamos juntos algumas vezes. Com o casamento, passamos a encontrar um conteúdo muito maior nesses momentos de oração a dois.

A fórmula que adotamos é muito simples. Pedimos a Nossa Senhora que nos introduza na oração, e sentimos o benefício imediato dessas palavras, ditas lentamente: "Ave, cheia de graça ... " Confiar-nos à Mãe de Deus permite-nos falar livremente com Deus, mesmo na presença do outro. Maria vence em nós o respeito humano e a timidez.

Depois, lemos algumas linhas do Evangelho, de um Salmo ou mesmo- de algum livro. No silêncio, ressoa em nós o sentido das palavras, dos acontecimentos do dia, das pessoas que encontramos. Juntos os apresentamos ao Amor de Deus.

Os benefícios são muitos. Orar diante do outro é tornar-se mais transparente, já que se diz tudo a Deus. Faz com que a gente se conheça mais profundamente, pois diante de Deus tira-se a máscara, não se tem segredos.

Através do melhor conhecimento que adquirimos do outro, Deus nos diz: - Hoje, ele (ela) precisa de determinada atenção; é desta ou daquela forma que você deve amá-lo (a). Faz-nos compreender o estado profundo da alma do outro, na sua pureza, sua vontade de amar, suas dificuldades.

Mais de uma vez pudemos constatar que a oração opera milagres. Quebra as barreiras, apaga o rancor, ajuda a perdoar imediatamente, e bem melhor, e bem além do que se achava possível. Cura as feridas, e sem deixar rastros. Isto não pode vir de nós mesmos!

"Se não se edifica sobre a rocha . .. " Pelo sacramento do matrimônio, Deus nos ligou um ao outro e a Ele. No dia em que nos comprometemos um com o outro, prestou juramento conosco. Sabíamos disto, mas a oração torna essa noção real e viva. Mergulhamos novamente nessa alegria, feita da certeza da indissolubilidade de nossa união. Sentimos verdadeiramente o rochedo de Deus debaixo de nossos pés. Esta graça, tão palpável no dia do nosso casamento, nos é dada novamente quando a pedimos. Ela é mais forte do que as rusgas que podemos ter. Por isso sentimos que nos falta algo se apagamos a luz sem entregar-nos antes a Deus. Dificuldades, existem algumas. Se nosso dia foi difícil, cheio de preocupações para os dois, somos duas pessoas que procuram em vão harmonizar-se. Se não nos abrirmos antes a Deus, pessoalmente, o clima de amor estará ausente. Por isso, ambos fazemos quinze minutos de oração pessoal antes da oração conjugal.

Nossos gostos são diferentes. Um gostaria de rezar por mais tempo e de modo mais entusiasta. O outro prefere o silêncio. A preguiça também pode pôr tudo por terra, se um dos dois lembra: "Hoje, é muito tarde, amanhã ... " ou então: "Nós já fomos à missa hoje ... ", e o outro lhe der ouvidos. Concluindo, sentimos que a oração constrói nosso amor de uma maneira inesperada e infinita. Quando pedimos a ajuda de Deus, Ele nunca nos responde como imaginamos. Transforma nossas diferenças e tira seu peso de obstáculo. Sem Deus, só faríamos "fabricar" nós mesmos, penosamente, o nosso amor e depressa nos cansaríamos. É Ele quem inventa sempre algo de novo e sopra a chama do amor em nossos corações. Com Ele, por que haveríamos de temer um engajamento por toda vida, se cada dia é Sua invenção?"

Este é na íntegra o artigo "PORQUE REZAMOS JUNTOS ", da Carta Mensal ENS-CM-1981-2 de abril de 1981, para nosso auxílio na vivência diária dos PCE.

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