A ideia embrionária da qual surgiu o Movimento das Equipes de Nossa Senhora nasceu no recolhimento de um retiro feito por quatro casais cristãos, desejosos de viver as riquezas do sacramento do matrimônio à luz da fé.
Esse Movimento não poderia deixar de propiciar aos seus membros - como ponto concreto de esforço - um retiro anual. Ponto concreto de esforço, "obrigação" de todo equipista. Obrigação, não no sentido de um peso a ser desvencilhado, mas significando retribuição àquilo que o Movimento nos oferece. Costumamos enviar flores para dizer obrigado a um amigo . .. Essas flores, além da sua beleza, levam consigo a mensagem da nossa gratidão. Também a nossa adesão ao retiro deve significar o nosso "obrigado" às muitas oportunidades que o Movimento proporciona ao casal equipista.
Fazer um retiro significa deixar a casa, deixar tudo o que prende ao cotidiano, ingressar numa casa apropriada para retiro e, num recolhimento prolongado e dirigido, procurar examinar-se, conhecer-se, refazer-se, aperfeiçoar-se. Isso se dá num clima de oração, meditação e escuta do que o Senhor tem para dizer a cada um em particular. E por que a necessidade de fazer um retiro para escutar o Senhor? É que as nossas ocupações ordinárias absorvem de tal modo o nosso tempo e nos lançam numa roda-viva tão envolvente que a nossa vida interior fica quase sempre irremediavelmente prejudicada. Certa vez, um médico dedicadíssimo, que tinha todo o seu tempo para seus doentes, seu hospital, seu trabalho, encontrou na sua agenda - numa única página ainda em branco - um recado com a letra da sua esposa: "dia dedicado à família, tão carente da sua presença, do seu amor". Antes que a nossa agenda fique cheia de compromissos, marquemos ,o nosso retiro anual, tempo dedicado Aquele que está sempre a nossa espera, para um encontro profundo e restaurador da nossa vida espiritual.
Como casal equipista, já fizemos oito retiros. Todos eles foram excelentes experiências para nós. Mas, apesar de somente oito retiros no Movimento, temos constatado uma grande evolução espiritual do primeiro ao oitavo retiro.
Nos primeiros havia muitas palestras, debates... Havia a troca de idéias e de experiências vividas em cada equipe ... Nesses três últimos anos, fomos conduzidos não mais a exteriorizar nossas experiências, mas a interiorizar as experiências evangélicas; não mais a participar de uma sessão religiosa, mas a viver uma experiência espiritual; não mais a maravilhar-nos. com a loquacidade dos nossos pregadores, mas a mergulhar na sabedoria de Deus; não mais a formar grupos e debater o Evangelho, mas a isolar-nos e recolher-no-s para um encontro pessoal face a face com o Senhor.
E para que esse encontro se realize é necessário silêncio porque "quem o ouve, senão aquele que o escuta? Quem o es-· cuta senão· aquele que lhe dá ouvidos? Quem dá ouvidos senão aquele que se envolve em silêncio, por fora e por dentro?" (Mons. Gonom)
As Sagradas Escrituras ensinam-nos que Deus se dá a conhecer no silêncio e no recolhimento. Leiamos I Reis 19, 11 e veremos que o Senhor se manifestou a Elias, não nos acontecimentos espetaculares, mas na chegada de uma brisa ligeira...
Este é na íntegra o artigo "À ESCUTA DO SENHOR", da Carta Mensal ENS-CM-1981-3 de maio de 1981, para nosso auxílio na vivência diária dos PCE.
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