quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

CAMINHANDO, CHEGAREMOS LÁ!

Quando meu pai morreu, tive que passar pela dolorosa experiência de desfazer o seu quarto e distribuir os seus pertences. 

Sobraram dois ternos e um par de sapatos novos, de cromo alemão. Os sapatos eram lindos, mas infelizmente não serviram para ninguém a quem eu dera para experimentá-los. 

Passado algum tempo, numa reunião de equipe, o nosso Assistente estava em nossa casa, conversando com nossos filhos quando, olhando para suas sandálias, lembrei-me dos sapatos. Fui apanhá-los e como já o fizera com tantas pessoas dei-lhos para calçar. Ele, rindo alegremente, disse: 

- Mas estão perfeitos! Estão uma luva! Nunca tive um par de sapatos tão lindos e é o seu pai, depois de morto, quem me dá este presente! 

A estória não teria nada de extraordinário se não houvesse um antecedente. Um ano antes, quando meu pai tivera o primeiro enfarte e estava inconsciente no "Pro Cordis", teve um sonho ou uma visão. Viu-se passeando por um lugar muito bonito com uma pessoa muito amiga, da qual ele não podia ver o rosto mas apenas os pés ... e eles estavam descalços. Depois de algum tempo, esse desconhecido sem sapatos disse-lhe: 

- Este é o Céu e juntos nós vamos escolher a sua nova casa. 

- O senhor não está com frio nos pés? 

- Neste lugar ninguém sente frio nem calor! 

Ao voltar a si, meu pai, com uma fisionomia transfigurada: 

- Filha, eu preciso falar com o Frei Marcos - sonhei com ele - ele estava me introduzindo no Paraíso. Faça com que ele venha aqui!

Frei Marcos veio do Rio, confessou meu pai, deu-lhe o Sacramento dos enfermos, riu muito com o sonho e foi-se ... 

Tempos depois, meu pai me perguntava: 

- Será que o Frei Marcos tem sapatos? 

- Eu acho que sim. . . mas como ele mora no Rio e operou o pé, ele só usa sandálias. 

- Você precisa mandar fazer um par de sapatos "especiais" para ele. 

E eu, naturalmente, não atendi ao seu pedido, por "falta de tempo" e de memória ... 

E um ano depois deste sonho, e dois meses após sua morte, os sapatos chegaram. Não precisei comprá-los nem encomendá-los: meu pai já os tinha. Nunca os usara, mas os guardara, sem sabê-lo para uma pessoa especial e uns pés especiais que caminharam com ele pelo Céu! 

Nós também, equipistas, que temos o privilégio de ter o Frei Marcos por nosso assistente, estamos sendo guiados em nossa caminhada por esses pés celestiais! 

Magda F. Saddala

(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1981-9)

ENS Piabetá - Tesouros da Carta Mensal

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