"Nasci e fui criado dentro de princípios religiosos. Recordo-me que, ainda pequeno, acompanhava minha mãe, católica fervorosa, às missas, às "rezas" e, ainda em minha infância, integrei a Cruzada Eucarística. Jovem e passando a morar em outra cidade, aos poucos fui me afastando da Igreja, da religião e, conseqüentemente, de Cristo. Casado e com esposa muito religiosa, assim mesmo continuava ausente da Igreja e das coisas de Deus.
O fato é que eu não aceitava, em hipótese alguma, a figura do padre como representante de Deus na terra, pois conhecera um, naquela ocasião, cujo procedimento e testemunho de vida não eram condizentes com sua pregação, com sua missão. Esquecido de que o padre é um ser humano como nós, sujeito também a falhas e fraquezas, não conseguia aceitá-lo como representante da Igreja. Por isso, por causa de um padre, afastei-me da Igreja durante quinze anos.
À minha esposa, católica praticante, minha rebeldia causava mágoa e tristeza. Mas ela não esmorecia e sei que, em suas orações, pedia para que eu me reconciliasse com a Igreja. E assim foi durante todos aqueles anos. Sempre persistente, e com a ajuda de vários casais amigos, ela finalmente "conseguiu" enviar-me ao Cursilho. O que representaram para mim aqueles três dias, aquele reencontro com Cristo, não encontro palavras para dizer.
Logo após o "reencontro", passamos a integrar uma equipe de casais em Piracicaba. Todo sábado, nossa equipe fazia a Celebração da Palavra na zona rural. E eu, que por causa de um padre me distanciara de Cristo, fazia, naqueles memoráveis sábados, o papel do padre ...
Residindo em Sorocaba e como membro da Diretoria do Secretariado dos Cursilhos daquela cidade, a primeira Ultreya que coordenei teve como tema principal. . . "O papel do padre na comunidade" Coube a mim fazer a saudação ao padre que fora convidado para receber a homenagem - a mim, que por causa de um padre estivera afastado de Cristo ...
E eu, que por causa de um padre estive afastado de Cristo, tenho hoje a dádiva, a graça, por bondade de Cristo, de ter um filho fazendo o seminário, em Campinas. Um filho com o firme propósito de se tornar padre, enfrentando as dificuldades que se lhe possam apresentar. Um filho que me pede: "continue orando ... ", "peça orações ... ".
Por isso, peço a todos os irmãos equipistas orações para que meu filho persevere e venha a alcançar seu grande objetivo, que é o sacerdócio, e venha a ser, como diz São Paulo: " ... escolhido entre os homens e constituído em favor dos homens como mediador nas coisas de Cristo, para oferecer dons e sacrifícios pelos pecados" (Heb. 5, 1).
Maucyr
Equipe 2 de Ribeirão Preto"
(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1981-5)
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