"Fiel à oração cotidiana há seis meses", escreve-me você, "estou convencido de que só quatro ou cinco vezes fiz orações benfeitas." Que quer dizer com isso? Que além dessas quatro ou cinco, todas as outras orações não agradaram ao Senhor? Você não sabe de nada. De bom grado acredito que elas não o tenham satisfeito. Mas segue-se daí que não foram boas? Peço-lhe que não caia nesta armadilha em que todos os principiantes caem, de julgar a sua oração pelo fervor, pelo recolhimento, pelas idéias bonitas ou pelo resultados sensíveis. Acontece com a oração o mesmo que acontece com os sacramentos: o seu valor e a sua eficácia são de ordem sobrenatural, escapando, portanto, às nossas medidas humanas. (...)
A oração é um ato complexo. O homem todo entra em jogo: o corpo e a alma, a inteligência, o coração, a liberdade. Mas importa distinguir bem o essencial, o qual vindo a faltar priva a oração de todo o seu valor.(...)
O que é, pois, o essencial da oração? É a vontade. Mas não veja aqui, na vontade, este mecanismo psicológico que nos leva a tomar uma decisão ou força-nos a executar o que nos desagrada. A vontade, em boa filosofia, é a aptidão de nosso ser profundo de orientar-se livremente para um bem, um homem, um ideal, digamos que nos leva a "engajarmo-nos", para empregarmos um termo preferido pela nossa geração. Quando o nosso ser profundo se volta para Deus e se entrega a Ele, livre e deliberadamente, então há oração verdadeira, mesmo se a nossa sensibilidade se mantém inerte, a reflexão pobre, a atenção distraída. A oração vale o que valerem esta orientação e dom profundo.
Presença de Deus Pe. Caffarel (Pag. 21 a 23)
Mônica e André
Equipe 7 - NS da Luz
Setor Piabetá
Nenhum comentário:
Postar um comentário