quinta-feira, 13 de abril de 2017

A HORA DO "MAGNIFICAT"

(Da Carta francesa)

O dia extenuante acabou. Separados desde cedo pelo trabalho profissional, encontramo-nos no fim da tarde, mas continuamos absorvidos, uma pelos trabalhos domésticos, o outro pelas tarefas escolares dos filhos. Durante o jantar, conseguimos conversar brevemente sobre o que foi o nosso dia. Depois, é o deitar, muitas vezes demorado, das crianças. Finalmente, ficamos a sós...

É a hora do Magnificat. As nossas almas unem-se no Cântico de Maria, que arremata a nossa oração da noite. 

Deixamos expressar-se primeiro em nós o seu louvor. O louvor torna-nos leves! Coloca-nos em clima de admiração, o clima natural do amor. Então, em uníssono, nossas almas enaltecem o Senhor. As alegrias e dificuldades partilhadas no decurso dos anos forjaram em nós uma única alma, que ressurge graças a esse Magnificat. O nosso dia liberta-se das suas impurezas. Fomos infiéis ao amor: talvez pequeninas dificuldades, pequenos desentendimentos, palavras demasiado vivas, silêncios, desatenções egoístas ... 

Reconciliando-nos diante dEle, somos libertos das nossas imperfeições. O Seu olhar que nos perdoa permite-nos perdoar um ao outro. O louvor purifica-nos. Soa novamente, sob o impacto das palavras inspiradas, o puro metal do nosso entendimento profundo. E brota a alegria! O nosso espírito exulta em Deus, nosso Salvador! 

Quem poderá descrever essa felicidade interior, mais forte do que os cuidados e provocações, reunindo dois filhos sob o olhar do seu Pai? 

Jean e Annick

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