sexta-feira, 7 de abril de 2017

UM AMIGO, UM IRMÃO QUE CAMINHA A NOSSA FRENTE

Por que pede o Movimento que todas as equipes tenham um Conselheiro Espiritual, quando os Padres são tão poucos? Um luxo? Diria, antes, que é um ato de fé no Sacramento da Ordem. 

Sei que há leigos, há casais possuidores de boa cultura religiosa e de uma vivência cristã elogiável. Mas receberam eles a graça ao ministério, os especialíssimos dons que transformam os sacerdotes nos dispensadores da Palavra, nos mestres da oração, em escolhidos por Deus para ensinar, formar, conduzir seu povo? Não. Certamente os leigos, os casais receberam outras graças. Não estas. 

Entrevejo aí um mistério. Mistério no qual Deus está. Um mistério no qual devemos crer, um mistério que devemos agradecer, um mistério que nos convida a colaborar. O sacerdote é um amigo, um irmão que caminha à nossa frente. Mas, por maior que seja nossa amizade, nunca devemos ultrapassar os limites que, mesmo estando ele a nosso lado, o colocam acima de nós, na economia de Deus. 

Como agradecer esse dom de Deus que é o Conselheiro Espiritual? Acolhendo-o com amizade, rezando por ele, participando de suas preocupações, colaborando nos seus trabalhos e frutificando em boas obras. 

Alguns se perguntam se num país onde os há tão poucos, é justo um sacerdote dedicar parte de seu tempo a um número tão limitado de casais. A resposta depende de nós! Se pelo nosso esforço em progredir. em cumprir o que nos propusemos, ele verificar que sua presença é um auxílio valioso para o nosso crescimento espiritual, se lhe apresentarmos os frutos de nossa participação na vida da Igreja, certamente o seu tempo estará sendo valorizado.

A Carta Mensal de setembro de 1983, à página 13, traz alguns testemunhos de Conselheiros Espirituais. O Conselheiro de nossa equipe poderia dizer dela e de nós o mesmo que eles disseram? Uma estatística sobre as Equipes no Brasil, realizada em 1981, revela a colaboração de 599 sacerdotes, entre os quais alguns bispos. Uma graça que nunca será suficientemente agradecida! A experiência mostra que, mesmo sendo boa, uma equipe que fica vários meses sem Conselheiro Espiritual declina progressivamente. Sentimos isso em nossa própria equipe, várias vezes. 

O Movimento quer ser para os casais esse "caminho pedagógico de crescimento", de que nos fala a Familiaris Consortio, à pág. 18. Embora deseje levar a muitos os benefícios de uma espiritualido de conjugal bem compreendida e vivenciada, quer fazê-lo com a segurança doutrinária e o apoio que a presença do sacerdote e os dons de seu ministério nos proporcionam. Por isso, nos expandimos devagar. 

A convivência com o sacerdote abre para nossos filhos a possibilidade de melhor compreender e aceitar uma vocação. Felizmente elas começam a despontar em alguns de nossos lares. Em junho de 1983, eram 6 religiosas e l6 seminaristas, um dos quais ordenado em julho. (cf. Carta Mensal de agosto, no especial sobre Vocações). 

Somos perto de 5.000 casais equipistas no Brasil. Temos uma missão junto à Igreja - colocar-nos a serviço do Reino. Se o fizermos generosamente, o trabalho desses sacerdotes e o tempo despendido conosco não terão sido em vão. Cabe a mim. a vocês, a todos nós, darmos a Cristo a nossa resposta e o nosso agradecimento. 

Nancy Cajado Moncau

(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1984-5)

ENS Piabetá - Tesouros da Carta Mensal

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