sexta-feira, 21 de abril de 2017

TESTEMUNHO

"Tudo contribui para o bem daqueles que amam a Deus". (Rom. 8,28) 

Aconteceu há seis anos, mas tudo está tão vivo e a alegria que nos invade é tão grande que fomos impulsionados a testemunhar a maior número de pessoas. Quando a paz e a alegria que sentimos já não pode ser contida em nós e parece querer transbordar, parece querer atingir a outros, não podemos nos calar. 

O fato foi simples, não teve o sabor das grandes tragédias. Foi simples como o amor do Pai: simples como Jesus o é; teve a simplicidade do toque do Espírito Santo quando quer arrebatar os corações. 

Minha visão, que desde criança não era boa, havia ficado bastante perturbada nos últimos dois anos. Eu tivera caso de cegueira na família e por isto logo pensei no que poderia me acontecer. Passei momentos de ansiedade e luta interior quando alguns oftalmologistas concluíram que a vista esquerda não seria salva e apenas tentariam remover a catarata na vista direita. 

Nos meus momentos com Jesus, não sabia o que pedir e queria forcas para superar aquela prova. Desde menina acreditei no amor e no poder de Deus Pai, mas não havia experimentado "concretamente" como Ele é maravilhoso! Minha vida até então havia sido comum. sem grandes dificuldades, pelo contrário, parecia que tudo dava certo. E ouvi certa vez de minha irmã: "Deus prova aquele a quem ama". 

Cheguei a duvidar que era amada pois nunca pensei ter sido provada. Poucos dias depois dessa dúvida, minha visão piorou consideravelmente. Então disse a Ele: "Sei que me amas, mas tenho sido uma ovelha apagada, quero experimentar teu amor com maior veracidade."

Inscrevemo-nos, meu marido e eu, para um retiro das ENS que versava sobre o "Poder da Oração no Espírito Santo", com Pe. Sales. Era então um retiro inédito nas Equipes. Mesmo pensando não aproveitar bem esse retiro por causa de minha pouca visão, fomos porque estávamos precisando de momentos para alimentar nosso espírito. 

As primeiras palavras de Pe. Sales foram: "Vocês vão experimentar aqui maravilhas do amor de Deus. Ele mandará o Espírito Santo, que transformará muitos corações. Fechem os olhos, relaxem, visualizem Jesus e peçam o que quiserem. Ele os ouvirá. Sei que alguém sairá daqui bastante diferente. Confiem no poder do Espírito Santo." Obedeci. Fechei os olhos. Disse a Jesus: "Não tenho nada a te pedir, só quero agradecer por tudo que me tens dado, pelo meu marido, meus filhos, tudo que me cerca. Não quero pensar na minha visão pois tu sabes o que é melhor para mim." Naquele momento lágrimas correram pelo meu rosto e senti algo estranho que não sei relatar. (Hoje sei que foi naquele momento meu primeiro contato verdadeiro com o Espírito Santo.) 

O retiro foi diferente e muita coisa nos perturbou. Pe. Sales falava de uma maneira de orar que não entendíamos e fugia às habituais formas de se dirigir a Deus. Foram dois dias inteiros de muitos questionamentos. No almoço do domingo, aproxima-se do Renato alguém que, estendendo seu cartão de visita, disse apenas: "Percebi que a Neyde não enxerga bem. Quero examiná-la. Peça amanhã mesmo à minha secretária para marcar uma hora". 

Renato, já surpreso com o andamento do retiro, surpreendeu-se ainda mais, pois durante um dia e meio em que estávamos juntos não havia reparado naquele casal, que aparecera de repente e ainda, depois de poucas palavras, afirmara que iria embora naquele instante pois tinha um compromisso. O anjo mandado por Jesus apenas cumpriu sua missão e desapareceu ... 

Dirigi-me para o hospital tranqüila e feliz como se estivesse indo para uma grande festa. Fui operada na mesma semana, com sucesso absoluto. e começando pela vista esquerda, para a qual ninguém havia dado esperanças. A recuperação foi quase imediata. A criatura abençoada que realizou a cirurgia foi Osvaldo Monteiro de Barros que, juntamente com Maria Helena, pertence à Equipe 1 do Se-
tor B. Quando da conversa para tratarmos da cirurgia ele me disse: "Você acredita que senti um impulso para falar com Renato? Nunca fiz isto em minha vida, mas parece que alguém me empurrou." Eu respondi: "Senti que foi o Espírito Santo que te moveu". Ele retrucou: "Se ambos acreditamos ter sido o amor de Deus o responsável por isso, fica tudo por conta dEle mesmo. Não devemos falar em cobranças." 

Nunca soube como agradecer a Osvaldo por ter sido instrumento nas mãos de Deus. Por se tratar de um fato de valor incalculável, retribuo diariamente com algo cujo valor também não podemos calcular: a oração. Todos os dias louvo a Deus pelo meu Cirineu. 

Quero que saibam também que tudo contribuiu para nosso crescimento espiritual. Renato e eu estamos engajados em grupo de oração nos moldes que Pe. Sales pregou e Deus continua fazendo maravilhas. 

Experimente também você o poder da oração no Espírito Santo e creia com mais convicção que Jesus o ama. 

Louvado seja Deus! 

Neyde e Renato 
Equipe 10, Setor B, São Paulo

(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1984-9) 

ENS Piabetá - Vivência diária dos Pontos Concretos de Esforço - PCE 21/04/2017

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