Carta de um equipista - então responsável por um dos Setores de Brasília - quando em viagem de estudos e trabalho na Europa.
Caríssimos irmãos equipistas de Brasília e do Brasil.
Sinto-me numa situação difícil: primeiro, desejaria transmitir com riqueza de detalhes a experiência do acolhimento que tenho vivido nesta viagem de trabalho/estudo/vivência; segundo, constato a impossibilidade de transferir "in totum" a vivência, além de ser também muito difícil traduzir em palavras fiéis o valor dos contatos que vivo! Contudo, me aventuro a dizer o que me é possível, limitado pela dificuldade de comunicação e pelo espaço a ser utilizado.
A paternidade de Deus e o amor filial e fraterno dos irmãos equipistas é hoje para mim uma realidade vivida na condição de beneficiado, de acolhido. Chegar a Lisboa pela primeira vez e sentir-me em casa, recebido por um casal e seus filhos que não existiam em minha história pessoal até então, foi viver a fraternidade da filiação que vem de Deus.
Ser recebido em Madrid por uma família que disse "sim" ao desconhecido que eu era, foi viver a realidade do amor que distingue os filhos de Maria.
Estar em Paris, acolhido por aqueles que foram chamados a dar mais pelas Equipes de Nossa Senhora - a Equipe Responsável Internacional - e por vários casais equipistas que, constantemente, estão a me convidar para partilhar agradáveis momentos em seus lares, é sentir-me parte de uma grande família, que eu sabia existente, mas na prática parece ter surgido como por encanto em minha vida.
Visitar Berlim Ocidental, sendo acolhido por dois casais da única equipe lá existente, foi ver cair o muro que nós mesmos construímos e que restringe aos nossos limites o ilimitado amor que Deus espera ver animando os homens.
Participar de uma reunião de equipe sem sentir-me intruso, sem perturbar a espontaneidade dos seus componentes, foi receber um abraço que transcende o acolhimento apenas amigável para se aprofundar na confiança que caracteriza os irmãos em Cristo.
Experimentar a dificuldade de expressar o nosso íntimo num idioma diferente da língua materna, é se lançar na meditação da grandeza de Deus, que nos entende a todos, mesmo naquilo que não falamos.
E, para concluir, irmãos: contemplar na parede do quarto a página do Boletim que contém a programação anual de nossos setores e não estar aí presente para ajudar vocês a fazerem o que juntos programamos ...
Como faço diariamente, na oração do terço-companheiro, estendo os braços da lembrança sobre o Atlântico para abraçar a todos vocês que trago no coração.
Renato
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"Quando estou começando a me desesperar pela constante materialização que enfrentamos no envolvimento diário com as coisas deste lugar tão longínqüo de tudo . .. penso em vocês e em nossos irmãos equipistas com quem diariamente nos encontramos pelo Magnificat, e logo, logo, volto a compreender que é vontade dEle, e Ele só quer o nosso bem. E a vida segue em direção a esta Luz onde todos nós nos encontramos, mesmo sem nos enxergar. Obrigado, irmãos, por nos fazer sentir a seiva do Corpo Místico!
Elio"
(Cartão recebido, há dois anos, por Dirce e Rubens, de um equlpista do Rio Grande do Sul servindo no corpo de saúde do Exército perto da fronteira com o Uruguai)
(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1985-3)
ENS Piabetá - Vivência diária dos Pontos Concretos de Esforço - PCE 26/04/2017
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