Lembram-se de que um dos dois devia morrer? (Cf. Carta Mensal de maio p.p.) e de que o marido viu-se diante da mais terrível alternativa para um ser humano: - Quem você quer? sua esposa ou seu filho?
Mas a última orientação encontrada junto à autoridade médica mais abalizada no assunto previa a possibilidade de se conduzir a gravidez até o 7° mês. Então seria possível salvar a ambos.
Ana passou a viver sob cuidados especiais do ginecologista e do especialista em ultra-som. Através desse aparelho, cada 15 dias o olhar experiente do médico acompanhava nitidamente o desenvolvimento do nenê e a resistência do útero, que poderia romper-se com o crescimento da criança, prejudicado que fora pelas 4 cesarianas. Por isto, apesar de todos os cuidados, esta continuava a ser uma gravidez de alto risco, incluído o perigo de descolamenta da placenta.
Entraram em jogo todos os recursos da ciência e da fé. Inúmeros grupos de oração em atividade. Só em S. José do Rio Pardo, umas 800 pessoas presentes às conferências da Semana da Família comprometeram-se a orar até o nascimento esperado.
Quarto mês da gravidez, uma notícia alarmante: a Ana com uma perigosíssima hemorragia.
- Meu Deus, o Senhor já se manifestou e sabemos que não costuma parar no meio do caminho ...
Sessenta dias de imobilidade na cama, seguindo à risca as prescrições médicas. E o fantasma passou! E o médico pelo ultra-som notou surpreendido que, com o crescimento do nenê, as paredes do útero, ao invés de se afinarem, passaram de 12 para 14 milímetros de espessura!! As leis físicas entraram em férias ...
Mais uma novidade, noticiou o doutor: - Vai ser um menino. Com o tempo, o útero foi mantendo a média de 8 a 10 milímetros. Mas continuava o estado de risco tanto para a mãe quanto para o filho e a Ana sentia contrações de assustar. Visando a um fortalecimento maior no espírito e até no físico, ela pediu a Unção dos Enfermos. Ao ouvir a leitura ritual da epístola de S. Tiago, veio-lhe a idéia: - Meu filho se chamará Tiago.
Entrou o 7° mês. Os médicos atentos. Entrou o 8° mês. Normalidade fora de programa. Entrou o 9° mês. Daqui por diante, a qualquer hora pode vir o filho, que não necessitará de incubadeira para completar seu tempo normal.
- Obrigado, meu Deus, o Senhor foi além dos nossos pedidos!
Toca o telefone. Ovídio atende e volta-se para a esposa: - Meu bem, em vez de quarta-feira, o ginecologista está pedindo o ultra-som amanhã, segunda-feira, porque deverá viajar em seguida.
Segunda-feira, sob o aparelho: - Faremos hoje a cesariana. As paredes do útero diminuí-ram para 2 milímetros de espessura. Tivéssemos deixado para quarta-feira, teria havido o temido rompimento, com conseqüências fatais.
- Obrigado, meu Deus, por se fazer presente na ação dos médicos. Mais um sinal de que o Senhor não para no meio do caminho!
Durante a operação, quando as mãos do ginecologista alcançaram o bebê, o último susto: ele ingeria o líquido amniótico: sinal de que havia começado o rompimento do útero!
- Obrigado, meu Deus!
Neste memorável dia, o encanto do Natal explodiu no lar de quem confiou inteiramente nos recursos da ciência e no poder da oração. No dia seguinte, a Ana caminhava ereta, com a segurança de quem saiu de um pesadelo arrasador.
"Minha alma glorifica o Senhor; exulta meu espírito em Deus, meu Salvador: ele voltou os olhos para a humildade de sua serva; doravante todos que me conhecem me chamarão feliz e abençoada... O Poderoso fez em meu lar maravilhas; santo é seu nome. Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que o amam!
Pe. Mário Zucchetto
Conselheiro Espiritual da Equipe 10 de Campinas
(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1983-7)
ENS Piabetá - Tesouros da Carta Mensal
Acesse aqui a primeira parte desta linda história: https://ens-piabeta.blogspot.com.br/2017/03/um-dos-dois-deve-morrer.html?m=1
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