Há muito tempo eu estava fascinada pela idéia de participar de um retiro em silêncio total. Quando, em novembro, Esther e Marcello estiveram entre nós dando-nos uma proveitosa palestra na qual sua rica vivência internacional do Movimento das ENS deu ensejo a muita reflexão, coloquei esse desejo antigo. De imediato, Esther e Marcello se prontificaram a vir realizar este retiro entre nós. Os contatos foram feitos por telefone e os dias marcados (12, 13 e 14/03). Conforme solicitação de Marcello, os banquinhos foram feitos sob medida, para facilitar a posição oriental, durante todo o tempo de reflexão e oração. Éramos 8 casais, incluindo Esther e Marcello, Weide e Francisco, Anísia e José Fernando,
Alba e Brás, Claudina e Gisbert, Sophia e Manuel, Ilda e Dionísio e Neusa e Orlando; para as missas contamos com Pe. Jacques e Pe. Aoki.
O local que havíamos reservado era ideal: às margens do Tietê, isolado, com a beleza da natureza a nos entrar por todos os poros. A providência divina se encarregou de nos dar o clima ideal: após uma semana de chuvas, não fazia nem calor nem frio, nem chuva, nem sol, soprava aquela brisa que nos mostrava a presença de Deus, como em tudo o mais que nos rodeava.
Esther e Marcello completaram, com as palestras calcadas em testemunhos de sua larga vivência de cristãos e equipistas, e com as reflexões que nos proporcionaram experiências de oração ainda não vividas por nós. O silêncio observado por todos envolveu-nos de tal forma que ninguém sentiu dificuldade em observá-lo, nem vontade de rompê-lo. Foi, a cada reflexão, mais espontaneamente vivido e mesmo desejado. Ouvíamos o silêncio, e, como São Francisco, o louvor dos animais e da natureza a Deus: galos, patos, pássaros, grilos, coaxar dos sapos, ... a brisa, suave, ou batendo um pouco mais nas árvores, provocando seu farfalhar mais ou menos forte. Ouvíamos até nossa respiração, e o encontro com Deus se fez de maneira total e amena, conduzido pelas palavras compassadas de Marcello. Em nosso lugar sagrado, a capela montada na varanda aberta para a natureza, só penetrávamos descalços, como Moisés ao pisar o solo sagrado. Sentimo-nos como no Tabor, com vontade de ficar lá, naquele santuário.
No domingo, o silêncio foi rompido por um dever de sentar-se que todos realizaram ao ar livre e cheios de amor. Este retiro marcou, para todos os que tivemos a felicidade de participar, uma nova etapa em oração. Bendizemos ao Senhor, que nos deu mais esta oportunidade de reconhecê-lo ao encontrar-nos com Ele neste retiro, e por termos Esther e Marcello entre nós.
Neusa
(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1982-4)
ENS Piabetá - Vivência diária dos Pontos Concretos de Esforço - PCE 07/03/2017
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