As nossas Equipes foram fundadas sob o patrocínio de Maria. Mas, às vezes, tem-se a impressão de que este título não tem nada a ver conosco, ao ponto de alguns o considerarem "ultrapassado"... Diz-se que, se nós nos chamássemos simplesmente "Equipes de casais" ou outro nome qualquer, daria no mesmo. No entanto, se Deus assim inspirou o nosso fundador, é porque nos quis dizer alguma coisa, porque nos quis dar alguma coisa!
É pena, mas a realidade é que perdemos Maria de vista em nossa devoção, em nossa oração. Por que? Será porque nós a tínhamos rodeado de muito romantismo? Será porque somos muito racionalistas e não conseguimos compreender aquela que é o sorriso e a poesia da nossa fé? Será porque a psicologia nos perturbou ao falar de nossas "projeções", dos nossos traumas - e Maria é bem mais simples do que isto tudo? Será porque somos muito complicados, e Ela é tão transparente?
Não sei. Mas é um fato. Antigamente, rosários, mês de Maria, novenas, procissões... E agora? Apesar das aparências, eu creio que todos nós conservamos em nossos corações, como uma brasa, um grande amor Aquela a quem o poeta chamou "a menina do Sim".
O Vaticano II e Paulo VI, na sua Exortação sobre o culto à Virgem Maria, definiu bem as coisas dando-nos uma doutrina clara e precisa: necessitamos redescobrir Maria. Maria é um presente de Deus à humanidade. Uma "atenção" que Deus teve conosco. As vezes, Deus parece-nos longínquo, demasiado impressionante em sua onipotência, para pobres pecadores como nós.
Parece até que, às vezes, temos medo dEle! Será por causa disso, ou simplesmente porque Ele a amava, que colocou bem perto de si uma mulher da nossa raça, uma mãe para todos nós. Uma mãe que, como todas as mães, tudo pode para seus filhos.
Nas minhas peregrinações através da vida e através do mundo, no contato com os seres humanos, descobri um grande amor por Maria em toda espécie de pessoas. O que mais me impressionou foi descobrir esse amor naqueles que marginalizamos, naqueles que, por não se adaptarem às nossas normas, princípios e conveniências, foram postos à margem da sociedade: Maria é para eles a última esperança, o grande e secreto amor em sua solidão e em suas lágrimas. Encontrei pessoas de fé vivendo em pecado, que, orando a Maria, voltaram à esperança. Cheguei a encontrar pessoas que se proclamavam atéias, mas conservando o seu amor a Maria! Entre elas, encontrei moços e velhos, sábios e ignorantes - todos
amando Maria. E também encontrei pessoas que, nas mil e uma lutas da vida, apesar das feridas, face a situações incompreensíveis e desesperadas, levantaram os olhos para Maria, em quem encontraram a força e a alegria para continuar.
Deus fez as coisas bem feitas. É por isso que Ele colocou Maria tão perto de si. Há dias, li esta frase (Is. 5) , atribuída ao próprio Deus: "Que posso eu fazer pela minha vinha (por vós) que não tenha feito?" E é verdade. Deus deu-nos tudo. Até seu Filho, Jesus. E Jesus ofereceu-nos os seus dois amores: o do Pai, pelo Espírito Santo, e o de sua Mãe, pela Cruz.
"Que posso eu fazer por ti?" Nas horas negras da vida, levantem os olhos, "olhem para a Estrela, invoquem Maria".
Pe. Manuel Iceta
(Traduzido da Carta espanhola)
(Fonte: Carta Mensal das Equipes de Nossa Senhora - ENS-CM-1982-7)
ENS Piabetá - Tesouros da Carta Mensal
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